terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

A QUEM AMO (Carta)



                                   A QUEM AMO



Palavras é tudo que me vem, no silêncio em que os pensamentos navegam. Mares de volúpia...te vejo!

Indago-me sobre os sons que emanas, aparentemente carinhosas mas, escusas em teus sentidos. Não vivo de promessas, tão pouco de falsas juras...desconheço o teu cavalgar de aventuras, não é este à quem amo!

Reinastes em meu reino encantado, pra ti desabrocharam todas as flores, a exalar o perfume, o mais perfeito, o mais suave e inebriante. Mas foste cruel em teu governar, tuas mãos de ferro golpearam fortemente meu ser, aos poucos foste dissipando a luz que iluminava a manhã, fez noites sombrias as verdades sadias...nuvens densas , que em fúria dilaceravam o meu querer
Teu amor é fugidio, feito de ilusões... permeias o obscuro e o incerto...feito de tristes versos...de quimeras...de palavras ausentes.
Profanando o que é sagrado, brincas com os corações...e como podes questionar os acontecimentos, se você semeia desilusões?
Não desejo um amor de falsos planos, em que a verdade é repulsa, é crueldade...vives uma vida vã, perdida da exatidão, da pureza de sentimentos...não desejo ser alento de ninguém, tão pouco ser opção para o acaso...isto não é amor! 
Ao contrário dos teus atos, o amor não é somente poesia recitada, daquelas bem construídas em volta de mágicos fascínios...o amor vai além das palavras, do próprio sentido, do próprio gesto, do olhar sincero, do beijo concreto, dos corpos entregues, do sexo vigente...da própria vida.
O amor meu caro, é fonte de água límpida, cristalina ...é pureza desmedida, é doar-se desapercebida, é elevar-se ao paraíso, é dar-se vida. Amar é encontrar sentido no desconhecido, é inspirar-se de fascínio, é abastecer-se de sorrisos, de glória, de respeito, admiração...é ter a verdade como razão.
O amor é alívio, é cura, é sanidade, é cumplicidade, de metade se fazer inteiro, é descobrir no outro raios de felicidade, é enxergar um arco-íris de intensidades...
Inquieta...apenas lhe digo este amor que tanto declamas não é sincero...são versos entreabertos, sentidos desconexos...são palavras jogadas ao vento pelas tuas atitudes desconformes...
Espero e desejo que ainda haja tempo para que conheças o amor, pois este meu querido não tem mistérios...não se faz de rogado, não feri, não maltrata, não silencia, não fala mentiras...
Quando o conhecer estejas certo, entenderá cada linha aqui escrita, teu coração será preenchido de vida e a felicidade será o caminho.
Te confesso o amor ferve em mim, queima em chamas latentes...mas resolvi que não te quero assim, pescador de ilusões, refém de suas ações...se de fato há realeza em teu sentir...se o amor rege o teu coração...depende de você somente a atitude, tomar uma decisão...ou me amas com verdade, se entregando com intensidade ou me deixe ir para não viver à sombra de teu castelo de ilusões...
Esta é minha última esperança para que acordes e não deixes que meu amor caía no sono profundo...permita-se viver ou me esqueças!

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