terça-feira, 18 de janeiro de 2011

ATÉ QUANDO?


               ATÉ QUANDO?


Nestas ruas incertas de qualquer certeza
neste ares de perfeita estranheza
na fumaça vadia que impõe sutileza
é face mascarada escondendo a pobreza

Jorram palavras as bocas de desencanto
reclamam as barrigas da fome do enquanto
cospem na face do íntimo e árduo pranto
A Deus perguntam: "Até quando?"

E meus olhos se fecham entre as lágrimas cansadas
por ver crianças ao relento, jogadas nas calçadas
sobre jornais, almas dilaceradas
a espera de qualquer centavo nesta vida de quase nada

Qualquer moeda é risada
é conforto  qualquer migalha
é menos fome, a barriga mal forrada
é mais cômodo fechar os olhos pra desgraça

Até quando ficaremos inerte sem fazer nada?

Nenhum comentário:

Postar um comentário