terça-feira, 18 de janeiro de 2011

CORAÇÃO SANGRANDO

Hoje me debrucei sobre as lembranças
revirando meu baú do passado
ainda sinto o perfume exalando a essência castradora de mim
Imediatamente revivi a dor profunda
encontro aos desencantos
Me supreendi
as feridas permenecem abertas
continuo sangrando
O mar de lágrimas tomou-me conta
meu coração lateja
a dor consome-me em lágrimas
o ardor crescente
em poucos segundos estava assim
sofredora de mim
as cenas revividas com a mesma exatidão
dor, martírio, culpa
Ah o arrependimento!
me controla, me repúdia, me enlouquece
Não me perdoei
Onde estarás agora?
Será que revivestes fora de mim?
Sei que por mais que eu tente
você ainda permanece em mim
Um passado manchado pelo sangue derramado
num momento sem fim
Imagino-te,
os sorrisos que não demos
as palavras que não dissemos
as brincadeiras que não tivemos
os passos que não demos
o amor que não amamos
Sei que onde tiveres pode sentir
o meu sofrer e o meu penar
me tornei o feitor de mim mesma
e sigo a vida sendo açoitada constantemente
me punindo pelo ato indevido
que lhe tirastes de mim
Em meu pranto lhe peço perdão
todos os dias de minha vida
me perdoe por não ser o que precisavas
por lhe furtar os sonhos, 
como pude errar assim?
lhe tirar a vida,
não lhe dei direito ao meu amor
nem tão pouco a amar
insensata, doidivanas
pago o preço alto por errar
E por mais que DEUS um dia me perdoe
Se que livre nunca vou estar
permanecerei prisioneira de minhas feridas
companheira de minha dor
Sentenciada à morte em vida
por um ato impensado
que lhe tirou de mim
Sei que o que sinto jamais terá um fim
Ainda guardo acesas as lembranças dos seus traços
fruto de meu ventre de minha omissão
me penalizando sigo a vida
Na busca infinda do seu, do meu perdão.



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