quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

DESERTO INQUIETANTE



      DESERTO INQUIETANTE



Num caminho de árvores despidas
De onde caiu o dourado do Outono.
Penso em escondidos segredos
Tranquilos degredos


Onde as sombras se encobrem.
Mas há no sol um teimar tão excitante
Que nas mãos escorrem o sentir dilacerante
E as leva a abrir a porta cerrada
De algum deserto inquietante.



Quando tu te escondes
desfaz as alegrias em montes
e me faz derramar lágrimas constantes
E me deixo levar pela ausência e transporto
dos sonhos os olhares ternos de qualquer instante



Mas quando vens e me banha de tuas carícias
me desfaço das sombras e agarro a unha suas malícias
e me faço tão sua, quanto jamais fui minha.



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