quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

DÁ-ME TUAS MÃOS



                    
Dá-me tuas mãos



As mãos foram feitas
para encurtar a tristeza, encher
o que fica das mãos
de ontem - intervalos das palavras,
da ternura, pensamento
entreaberto até
aos dedos longos
Escrevem, brandamente,
do termo da música o luto do silêncio.
vento triste enquanto as folhas fogem debandadas.
Ponho nelas a minha boca,
respiro o sangue, o seu rumor branco,
aqueço-as por dentro, abandonadas
— eu sei que são as mãos de um homem,
Mais ainda: cheiram a madressilva. 

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