segunda-feira, 14 de março de 2011

PÉTALA ÍNTIMA



PÉTALA ÍNTIMA

(Há, nos olhos meus, ironias e cansaços)
E cruzo os braços,
E nunca vou por ali...
(Como que rasguei o ventre)
E vós amais o que é fácil!
Eu amo o longe e a miragem,
Amo os abismos, as torrentes, os desertos...
Tendes jardins, tendes canteiros,
vãs estradas da poeira abstrata!
Eu sinto espuma, sangue, e cânticos nos lábios...
A minha vida é um vendaval que se soltou.
É uma onda que se levantou.
Mas eu, que nunca princípio - nem acabo
Estendendo-me os braços
Prefiro escorregar nos redemoinhos de ventos,
Como pétala de qualquer farrapo,
arrasto os pés na eternidade do infinito tempo
levando em bagagem - o amor- por sentimento.

Nenhum comentário:

Postar um comentário