terça-feira, 14 de junho de 2011

Mar ao meio-dia



Tempestades sem vento, mar sem ondas, 
pássaros presos são douradas feras adormecidas, 

inquietas feras que me cortam a carne
onde a luz canta no ombro duma árvore

qualquer mentira que alimenta, espelhos deste mundo,
portas do além, uma pulsação tranquila do mar ao meio-dia, um absurdo!

Neste universo que estremece, brilhante da chuva que caiu 
atravessado pelo gelo invernoso das minhas fontes, 
versos ditos e debruçados sobre o raro horizonte

em que saltei pelos lugares da eternidade
alheia a qualquer vontade...usando de total insanidade

rasguei o verbo, sangrei os pontos, cortei dilemas
matei as dúvidas...abortei a ignorância

abri mão de mim pra ser eu mesma
e neste instante... é que realmente te encontrei.

Nenhum comentário:

Postar um comentário