Toda Nua

Eu fiquei imóvel e no escuro ela sensualmente se punha

e de repente, soturna, do céu me sorria, a Lua,

E veio a mim me olhando de olhos claros 

Se oferecendo, tão nua, à minha posse 

Onde os meus lábios pousados viverão a poesia 

que nada mais é que o amor vivendo de si mesmo. 

Que lacrimejará no meu pranto e rirá no meu riso

verá minhas alegrias e sofrerá minhas tristezas 

Temerá minha cólera e se aninhará no meu sossego 

queimando rubra em meu branco peito

e por fim beijará meus lábios com toda delicadeza

e me fará longos carinhos nos olhos, sussurrando-me: princesa!